Minha área de interesse é a Psicologia Analítica, criada pelo Carl G. Jung. Dentre os diversos conceitos que desenvolve ao longo de sua obra um termo que me chama a atenção é o processo de individuação. Nise da Silveira em seu livro Jung: Vida e Obra, nos apresenta esse conceito criado por Jung. São dela as seguintes palavras:
"Todo ser tende a realizar o que existe nele, em germe, a crescer, a completar-se. Assim é para a semente do vegetal e para o embrião do animal. Assim é para a pessoa, quanto ao corpo e quanto à psique. Mas no ser humano, embora o desenvolvimento de suas potencialidades seja impulsionado por forças instintivas inconscientes, isso adquire um caráter peculiar: o ser humano é capaz de tomar consciência desse desenvolvimento e de influenciá-lo. Precisamente no confronto do inconsciente com o consciente, no conflito como na colaboração entre ambos é que os diversos componentes da personalidade amadurecem e unem-se numa síntese, na realização de um indivíduo específico e inteiro."
Esse processo não é para a perfeição do indivíduo, mas se completar. Isso é feito através da aceitação do fardo das tendências opostas, que são inerentes à sua natureza. O processo também não é sobre o indivíduo se tornar individualista ou egoísta, já através do processo de individuação, o sujeito aprende por sua própria experiência que a estrutura básica da psique é a mesma para todos os seres humanos. Assim sendo, não há um fomento para sentimentos de orgulhosos privilégios individualistas. Nasce, desta forma, um respeito pelo segredo que é cada vida humana. Pode ser que o indivíduo até se sinta algo solitário, porém longe do egoísmo individualista.
Através do processo psicoterápico, o indivíduo adquire uma base para realizar esse percurso, sabendo que não está sozinho. Conte comigo para esta jornada!